Qual o papel do FT no caso do atleta do SLB? Recordamos que se trata de um parésia do VI par craneano – Nervo abducente
Após a recente lesão pouco comum de Gabriel, atleta do Benfica, várias questões se levantaram relativamente às suas repercussões, tratamento, tempo de paragem ou causas. Algo que rapidamente se terá questionado também, foi se seria pertinente a intervenção do fisioterapeuta.
É hoje unânime o impacto global que tem o sistema visual no controlo motor. Um défice de mobilidade ocular – neste caso, de abdução do olho esquerdo – terá de ser compensada por subsistemas de movimento, para que a execução da tarefa se efective em determinado contexto. Se esta limitação se verificar no olho dominante, este factor ganha ainda um peso maior sobre estas alterações. Nesta modalidade, e pela posição que ocupa em campo, diria que esta capacidade é indispensável para Gabriel.
Para além disso, a qualidade dos movimentos oculares são uma fonte de informação importante relativamente ao status do nosso sistema neurológico, e da coordenação intermuscular extrínseca do olho. Cada músculo extrínseco ocular é constituído apenas por uma unidade motora, o que explica a enorme representação cortical que estes possuem, e o impacto que o défice de um deles causará em todo o sistema postural, de movimento e, consequentemente, no gesto técnico.
CV: Fisioterapeuta e coordenador do Master em Fisioterapia e Readaptação Desportiva