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Publicado a 30/12/2019

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História de Sucesso com Bernardo Martins (Bwizer Magazine)

Bernardo Martins

Este artigo fez parte do Número 8 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

 

Fale-nos um pouco de si.

Sou um jovem de 24 anos, natural do Castêlo da Maia. Jogo voleibol desde os 4-5 anos, tendo iniciado e feito a maior parte da minha carreira desportiva no clube da minha cidade, o Castêlo da Maia Ginásio Clube.

Licenciei-me em Fisioterapia em 2017 pela ESTSP e, após terminar a licenciatura, decidi inscrever-me na Pós-Graduação em Strength & Conditioning da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), altura em que me mudei para as Caldas da Rainha e, no ano seguinte, para Lisboa.

Atualmente, concilio a prática clínica na Fisiorégio em Vila do Conde e no ginásio PT GainStation em São Mamede de Infesta, com o mestrado em Treino de Alto Rendimento na FMH.

Considero-me uma pessoa determinada que trabalha todos os dias tendo em vista os seus objetivos. Procuro todos os dias aproximar-me daquilo que são os meus sonhos e ambições.


Uma curiosidade sobre si que nada tenha que ver com a sua atividade do dia a dia?

Sou capaz de ficar em casa e passar dias inteiros em frente à televisão a ver filmes e séries.


Como concilia a vida pessoal com a profissional?

A prática desportiva sempre me ocupou uma grande percentagem do meu dia, o que me levou a delinear bem as minhas prioridades, de forma a não prejudicar o meu rendimento académico. Desta forma, obrigou-me a ser muito regrado no que diz respeito aos estudos: sabia que no tempo que despendia a estudar deveria estar 100% concentrado, o que, indiretamente, me ensinou a ser mais eficiente nas tarefas que tinha que fazer. Acredito que isto, ainda hoje, seja uma enorme mais valia e que me permite ser mais rentável também na minha vida profissional, onde faço questão de previamente planear as sessões que me são atribuídas.

 Sempre sonhou ser Fisioterapeuta? Como surgiu esta profissão na sua vida?

A minha história com a fisioterapia talvez seja semelhante à de muitos outros. Quando tinha uns 14-15 anos, comecei a ter alguns problemas no ombro e acabei, mais tarde, por me ver obrigado a interromper a minha prática desportiva durante 3-4 meses e a ser assíduo no gabinete de fisioterapia do meu clube. Durante o tempo que lá estive, observava o trabalho desenvolvido e achava extraordinário. Acho que tive sorte em ter descoberto o que realmente queria fazer da minha vida muito cedo, o que me poupou algumas dores de cabeça aquando da candidatura ao ensino superior. Obviamente que, desde o primeiro contacto até hoje, a minha visão sobre a fisioterapia amadureceu e descobri, por exemplo, que algumas áreas da fisioterapia apenas se focavam nas skills do terapeuta, impedindo-o de ter uma visão da saúde centrada na autonomia do paciente


Decidiu apostar mais esforços em alguma área em particular? E se sim, porquê?

Neste último ano decidi apostar num sonho de criança, ser jogador profissional de voleibol. Apesar de não ter descurado os estudos (estava no 2º ano do Mestrado em Treino de Alto Rendimento, na FMH), mudei-me para Lisboa para jogar no Sport Lisboa e Benfica. Tomei a decisão de jogar apenas voleibol, uma vez que a carga horária de treinos e o profissionalismo existente no voleibol do Benfica assim o exigiam. Durante esse ano tive a oportunidade de contactar com uma estrutura multidisciplinar de acompanhamento aos atletas onde estavam integrados diversos departamentos de apoio à performance, como a Fisioterapia, Fisiologia, Nutrição e Psicologia. Esta experiência permitiu-me observar práticas de qualidade e perceber como deve ser desenvolvido um trabalho de excelência, onde o foco passa, não só pelo atleta, como também pelos resultados da equipa.


Sabemos que é fisioterapeuta, S&C e jogador de voleibol no Castêlo de Maia. Como surgiu a ligação ao desporto?

Posso dizer que a minha ligação ao desporto, nomeadamente ao voleibol, surgiu quase desde o momento em que nasci. Toda a minha família jogou voleibol no Castêlo da Maia, sendo que o meu pai esteve sempre ligado ao clube em várias posições, desde jogador, passando por treinador em diferentes escalões, até se ter tornado presidente. Lembro-me de passar os fins de semana no pavilhão a ver os jogos dos escalões séniores.

O Castêlo sempre teve tradição no voleibol, mas durante a minha infância, foram os tempos áureos do voleibol castelense, com as duas equipas de seniores a serem várias vezes campeãs nacionais. O facto de passar muito tempo no pavilhão, ver muitos jogos e ver aquela equipa jogar a um grande nível, atraiu-me para a modalidade. Foi o primeiro e único desporto que experimentei a nível competitivo; gostava das pessoas e tinha lá muitos amigos; isto aliado a algum jeito que tinha para a modalidade, acabei por continuar e ainda hoje jogo.


Porquê especializar-se em Strength and Conditioning?

Decidi apostar numa formação pós-graduada na área da preparação físicaTomei esta decisão porque, enquanto atleta, comecei a notar que a componente do exercício durante a reabilitação dos atletas era muitas vezes negligenciada e que, através deste, os resultados obtidos poderiam ser maximizados. Para além disto, conforme ia avançando no curso e ia lendo mais, percebi que a área do exercício não era lecionada, nem com o rigor, nem com a importância e exigência que considero apropriada.


No seu percurso profissional, quais foram as experiências que mais o marcaram?

Ainda não tenho um percurso profissional digno, nem histórias marcantes por aí além. Ainda assim marcou-me imenso a primeira atleta que acompanhei. Penso que fizemos um bom trabalho na sua recuperação.


Quais os desafios e medos que enfrentou? Foi tudo fácil?

Não acho que, até ao momento, tenha tido um percurso difícil, uma vez que tenho metas claras e objetivos bem definidos no que diz respeito ao meu futuro. Mesmo assim existem sempre alguns medos e receios, e acabamos por nunca termos a certeza se estamos a tomar as melhores decisões.


Na sua opinião qual o papel do Fisioterapeuta na performance física e desportiva dos atletas?

Acho que o fisioterapeuta desempenha um papel crucial na performance dos atletas, desde os fatores inerentes à prevenção de lesões, até ao processo de reabilitação. O fisioterapeuta deve ser capaz de avaliar e identificar fatores de risco, sejam individuais, ou decorrentes da prática desportiva dos atletas que acompanha, assim como ser capaz de delinear/prescrever um plano individualizado e adequado à fase da época em que se encontram. Desta forma, torna-se fundamental a comunicação entre os diversos elementos da equipa multidisciplinar onde o atleta está inserido (mesmo que o fisioterapeuta trabalhe num gabinete privado), indo desde o treinador, médico, preparador físico até ao nutricionista.


E o que tem a dizer sobre a importância da prática privada na Fisioterapia, em Portugal? A concorrência é positiva?

Apesar de não ser a fatia maior do bolo, acho que a prática privada tem vindo a crescer, mas mais importante do que isso, tem dado o exemplo daquilo que acredito que devem ser os cuidados de saúde em Fisioterapia. Acredito que a concorrência na fisioterapia tem duas características importantes, em primeiro lugar, porque obriga as clínicas a melhorarem os serviços prestados, e em segundo porque democratiza o mercado, dando liberdade de escolha aos clientes. Estas duas características, na minha opinião, fazem com que aumente a qualidade dos serviços em fisioterapia, o que beneficia os clientes.


Como acha que a Fisioterapia pode evoluir/ crescer?

Ainda há um longo caminho a percorrer. Penso que aqui há dois pontos fundamentais: a consciencialização social, onde acredito no papel que a recentemente aprovada Ordem poderá desenvolver; e a revisão e alteração dos conteúdos programáticos da licenciatura, bem como o seu grau de exigência, garantindo assim uma maior qualidade dos profissionais.


Como procura elevar-se a si e à sua profissão?

A única forma que conheço para o fazer é tratar o cliente e ajudá-lo da melhor forma possível. Tendo em consideração a constante evolução de conhecimentos no que diz respeito às áreas da saúde, obrigo-me a estudar todos os dias (seja entre artigos científicos, livros, discussões com colegas, formações, etc), o que me permite estar atualizado relativamente às melhores práticas sustentadas pela evidência.


Quais os seus projetos para o futuro?

De momento quero estabilizar a minha prática clínica. Num futuro a médio-longo prazo, gostava de trabalhar diretamente com uma equipa multidisciplinar na reabilitação e prevenção de lesões, principalmente em atletas.


Uma dica ou frase de inspiração para aqueles que gostariam de seguir os seus passos?

Tenho a minha forma de ver as coisas, acredito nela e todos os dias trabalho e esforço-me para a ver concretizada. Sou da opinião que com trabalho árduo tudo se atinge e que a única fórmula para o sucesso é o esforço, dedicação e perseverança.

 

Este artigo fez parte do Número 9 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

Fonte: Consulte o número 9 da Bwizer Magazine

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